"Eu sou" o Pão e a Luz

Ebd - O Evangelho de João  •  Sermon  •  Submitted
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Abordagem sobre os dois primeiros "Eu sou" de Jesus

Notes
Transcript

Introdução

Bom dia irmãos, continuando aqui a nossa série de mensagens no Evangelho de João, ligado com o assunto que estamos estudando na EBD, hoje falaremos um pouco sobre a apresentação de Jesus nesse livro.
Não sei se os irmãos lembram, mas na primeira mensagem da série comentei que João descreve 7 vezes em que Jesus se apresenta de alguma forma usando a expressão “Eu Sou”. Elas são:
Eu sou o pão da vida (6.35,48)
Eu sou a luz do mundo (8.12)
Eu sou a porta das ovelhas (10.7,9)
Eu sou o bom pastor (10.11)
Eu sou a ressurreição e a vida (11.25)
Eu sou o caminho, a verdade e a vida (14.6)
Eu sou a videira verdadeira (15.1,5).
Não sei se conseguirei abordar todos esses “Eu sou” aqui pois provavelmente faltará tempo, mas hoje escolhi os dois primeiros para refletirmos junto sobre os significados dessas afirmações de Jesus

“Eu sou” no A.T

Quando lemos essa expressão é inevitável lembrarmos de quando ela aparece no diálogo de Deus com Moisés no livro de Êxodo. Ex 3.13-15
Êxodo 3.13–15 NAA
Moisés disse para Deus: — Eis que, quando eu for falar com os filhos de Israel e lhes disser: “O Deus dos seus pais me enviou a vocês”, eles vão perguntar: “Qual é o nome dele?” E então o que lhes direi? Deus disse a Moisés: Eu Sou o Que Sou. Disse mais: — Assim você dirá aos filhos de Israel: “Eu Sou me enviou a vocês.” Deus disse ainda mais a Moisés: — Assim você dirá aos filhos de Israel: “O Senhor, o Deus dos seus pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vocês. Este é o meu nome eternamente, e assim serei lembrado de geração em geração.”
Nessa ocasião Deus está convocando Moisés para liderar o povo no Êxodo do Egito, uma das passagens mais miraculosas de todo o povo de Israel. Ali Deus está mais do que se apresentando a Moisés, Ele está demonstrando o seu caráter, demonstrando sua soberania e fidelidade ao povo. Está falando, Eu sou o Deus que estive com seus antepassados, o Deus que escolheu esse povo para conduzir a história da humanidade e é esse Deus que estará com vocês até o fim. Se confiarem em mim estarão seguros. Ou seja, essa expressão era muito única, muito marcante, uma expressão que só poderia ser usada por Deus.
E é exatamente por isso que João faz questão de destacar essas 7 passagens. Lembram-se que um dos principais objetivos de João era mostrar como Jesus era Deus? Então, isso serve para corroborar com esse objetivo.
Normalmente quando nos apresentamos, falamos algumas características nossas, algo que fazemos, algo que temos. “Sou Gregory, tenho 2 filhas, sou casado com a Natália, trabalho no comércio e etc”. Mas quando Jesus resolve falar dele mesmo, se identificando como “Eu sou”, ele está mais do que se apresentando, ele está mostrando características do seu caráter.
Ao dizer para o povo judeu “Eu Sou”, Jesus está mostrando como Ele deveria ser reconhecido, como Deus. Hoje em dia vivemos em um mundo em que todos possuem uma opinião de Jesus, uns falam que foi um profeta, outros um revolucionário, outros que não existiu, outros que foi um grande filósofo, um pensador, um grande líder, um mentiroso. E algumas características dessas realmente eram de Jesus, porém nenhuma deles retrata o que Ele realmente era e continua sendo. Ele era e é Deus, e diante disso devemos reconhecer essa divindade de Jesus em nossas vidas.

Eu sou o pão da vida

Aí chegamos a primeira identificação de Jesus, que está lá em Jo 6.25-41
Para entender o contexto disso precisamos olhar para o início do capítulo 6, onde ocorre a primeira multiplicação dos pães e peixes. Jesus multiplica os pães e peixes, alimenta toda a multidão com um ato sobrenatural, e sai para o monte para orar fugindo da população que queria proclamá-lo rei, enquanto isso os discípulos entram em um barco para atravessar o mar da Galiléia, quando já estavam no meio do mar, que na verdade é um grande lago, Jesus anda sobre as águas e vai ao encontro deles. Com isso a população fica pensativa quando acorda sabendo que Jesus não havia entrado no barco com os discípulos e nem usado outro e mesmo assim não estava mais ali. Com isso a multidão também atravessa o mar e encontra Jesus lá e aí que começa a nossa passagem.
Logo de cara já perguntam para Jesus como Ele havia chegado la e Jesus já passa um grande ensinamento.
Não devemos viver para satisfazer nossos apetites materiais. O ser humano é movido por desejos, por vontades, por satisfação e muitas vezes isso não é de todo ruim. Nós queremos sempre mais e por isso muitas vezes nos desenvolvemos mais também. Ou seja, o mundo só possui a tecnologia e qualidades que existem hoje em dia porque pessoas não se acomodaram com o que já existia e buscaram mais, conseguindo desenvolver grandes coisas. Porém muitas vezes nos deixamos levar por esses desejos eles se tornam o objetivo principal e final de nossas vidas. E é exatamente isso que Jesus responde para aquelas pessoas no versículo 26. Em outras palavras Jesus responde: “Vocês não estão me procurando pelo o que Eu sou e sim pelo o que eu fiz e posso fazer por vocês.”
Vocês acabaram de se satisfazer com a multiplicação dos pães, mas ainda tem apetite de muitas outras coisas que precisam satisfazer, porém não é para isso que eu vim a terra. Jesus não existe para satisfazer nossos desejos e apetites materiais e não devemos viver em função deles. Quando fazemos isso, estamos colocando Jesus como nosso servo e “ordenando” que ele resolva os nossos problemas e atenda os nossos desejos. Não podemos cometer esse erro, Jesus pode realizar sim os desejos do nosso coração, desde que eles não sejam prioridades ou o nosso propósito de vida.
Jesus diz que não devemos trabalhar por aquilo que se estraga e sim para o que dura eternamente e dentro desse contexto de apetite e fome ele diz “Eu sou o pão da vida”. Coisas materiais não podem e não vão nos encher nunca, sempre que conseguirmos aquilo que queremos, já passaremos para a próxima e nunca nos sentiremos satisfeitos. Mas quando entendermos que tudo além do espiritual é superfulo e agirmos dessa forma, com aquilo que não estraga como prioridade, aí sim estaremos completos.
Não devemos viver para satisfazer nossos apetites religiosos. tem muita coisa pra falar desse texto, mas não da pra abordar tudo então a última coisa que eu mostro para vocês é essa. Os judeus perguntam para Ele, tá, então para saciar essa fome, o que devemos fazer para realizar as obras que Deus requer. E Jesus responde, a obra de Deus é crer naquele que Ele enviou. Olha como isso é libertador. A multidão logo pensou que precisaria fazer um monta de coisas e seguir um monta de regras para poder realizar a obra de Deus, e a resposta de Jesus foi apenas, creiam em mim! Não devemos achar que quanto mais fazemos na igreja mais agradamos a Deus, se fosse medir por atitudes, na nossa primeira falha estaríamos perdidos. Por isso depende apenas da graça e da misericórdia. Precisamos crer que Jesus é Deus e nos deu a vida e através disso conseguimos viver refletindo a Deus, nos alimentando do pão da vida, sem nunca mais termos fome ou sede e não em busca de satisfazer os nossos desejos infinitos.

Eu sou a luz do mundo

Utilizando a mesma lógica da afirmação sobre o Pão da Vida, precisamos ver o contexto da segunda identificação de Jesus, que está em Jo 8.12
João 8.12 NAA
De novo, Jesus lhes falou, dizendo: — Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.
Aqui Jesus está no final da festa das Cabanas ou Tabernáculos, que começa no capítulo 7. E nessa festa o povo fica um tempo morando nas tendas para relembrar o período em que estiveram no deserto e Deus cuidou deles. Nessa festa grandes candelabros com fogo eram acesos para que pudessem iluminar e também aquecer o local onde o povo estava para que a festa pudesse continuar pela noite. Esses candelabros também remetiam ao povo o cuidado de Deus através da coluna de fogo no deserto, que os acompanhava de noite, iluminando-os e aquecendo-os.
Olha que lição de como ensinar, como se aproveitar das características locais, do contexto local, da cultura local para ensinar. Primeiro havia acabado de haver uma multiplicação de pães, Jesus fala que Ele é o Pão da Vida, agora os candelabros e a luz que proporcionam são o maior destaque e Jesus afirma que Ele é a Luz do mundo!
Somente através Dele podemos ser iluminados, aquecidos. Somente através Dele pode haver separação entre Luz e Trevas. na outra pregação também mencionei que no início do livro João menciona que Jesus era a luz que iluminava todos os homens. Aqui Jesus reafirma aquilo que já havia sido escrito, afirmando ser a luz verdadeira.
Quando lembravam da coluna de fogo, lembravam da salvação de Deus, que envolvia proteção e cuida e também da direção que a iluminação dava para a vida deles. É isso que Jesus representa quando nos diz que é a Luz do mundo. A luz que nos traz salvação e junto com ela proteção e cuidado e a luz que nos traz direção, instruindo e modelando nossa forma de viver.
A ausência de luz é a escuridão, as trevas. E Jesus deixa claro que aquele que não o segue, viverá em trevas. Seguir Jesus não é apenas crer, não é apenas ir atrás Dele em momentos difíceis ou para saciar os apetites ou desejos internos. Segui-lo é viver com ele em todas as áreas da nossa vida. Se não fizermos isso estaremos vivendo nas trevas.
E para concluir, esse é o único dos “Eu sou” que é compartilhado conosco. Lá em Mt 5.14-16
Mateus 5.14–16 NAA
— Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada no alto de um monte. Nem se acende uma lamparina para colocá-la debaixo de um cesto, mas num lugar adequado onde ilumina bem todos os que estão na casa. Assim brilhe também a luz de vocês diante dos outros, para que vejam as boas obras que vocês fazem e glorifiquem o Pai de vocês, que está nos céus.
Jesus nos mostra que assim como Ele, nós também somos luz para os que estão próximos a nós. Nesse caso não a fonte da luz, mas somos o reflexo da luz que nos ilumina que é Jesus. E nosso propósito de vida deve ser exatamente este, refletir a luz de Jesus em todos os lugares que estivermos.
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